Quando rolou o anúncio lá fora deste quadrinho, mostrando ainda mais a fundo a origem do Charada, do universo de Matt Reeves do filme “The Batman” eu fiquei curioso, principalmente pelo escritor, por não se tratar dos roteiristas ou do diretor escrevendo a revista, mas do ator que incorporou o personagem, Paul Dano. E confesso que isso, me instigou muito.
Logo em seguida, conforme saíam as edições lá fora, as notas de crítica eram muito boas, aumentando a curiosidade desse que vos escreve, até que a Panini, editora responsável pelos quadrinhos da DC aqui no Brasil, lançou esse material aqui, e claro, fui logo ler.
E aqui, para quem tem saudade do filme, e aguarda ansiosamente por uma continuação, temos aqui a pedida certa!
Paul Dano realmente entendeu muito o personagem. Entendeu tanto que ele conta no prefácio, que numa conversa com Matt Reeves, o diretor, ele deu a ideia de escrever o quadrinho, e claro que ele encarou a empreitada.
E tudo aquilo que já foi visto no filme, é enriquecido aqui. Paul Dano mostra como um simples cidadão comum, ignorado pela sociedade, vira um extremista que causa todos os danos possíveis a Gotham. Mas que ao mesmo tempo. são frutos dessa cidade corrupta.
E o melhor: como o mau exemplo do Batman foi responsável por isso. Mas calma, a história não é vazia como as críticas da internet em dizer que o Batman “espanca minorias”, “só bate em pobres”, entre outras besteiras. E sim, como é que as pessoas veem um justiceiro sem limites? O Raciocínio é concluído no filme, como já sabemos, mas a cereja do bolo não é essa.
Paul Dano tem a total intenção de mostrar como funciona a mente do Edward. Eu me senti como se estivesse no cérebro dele, pois seus pensamentos (e roteiro) estão em total sincronia com o desenhista Stevan Subic, (que não faz um bom, mas um excelente trabalho), em trazer ao leitor uma imersão em seus pensamentos, indo além do convencional dos quadros, mas vendo a escrita peculiar do Charada, suas anotações, e claro, como ele enxerga tudo através dos seus pensamentos.
É tão assustador às vezes, que parece ser um diário de um psicopata, como é visto em alguns documentários ou seriados sobre a vida deles.
E sem falar das diversas críticas à sociedade, mostrando a corrupção em esferas mais comuns a nós, em como todos nós lidamos com o excluído, e claro, como lidamos com as pequenas corrupções e a gravidade delas.
Se Paul Dano quiser largar a vida de ator para ser roteirista, será muito bem-vindo! Pois, para seu primeiro trabalho, superou de muita gente experiente no mercado. Essa não é somente uma das melhores histórias do ano, mas a melhor do gênero Super-Herói.
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