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Foto do escritorOitavo Lucas

Gon: O último dinossauro

Atualizado: 18 de jun.


Se você gosta de Família Dinossauro, Em Busca do Vale Encantado, o Bom Dinossauro, Jurassic Park, bonequinhos de dinossauros e do mundo jurássico em geral: você vai amar este mangá! Mas aqui não se trata de interações dino e dino ou dino e humano, nem dinos falantes ou muitos dinos. "Gon" é uma história afetuosa e curiosa sobre um último dinossauro. Pequeno, feroz e sozinho; numa natureza completamente nova repleta de animais como já conhecemos: ursos, leões, elefantes, castores, hienas, peixes, pássaros... Gon é como Mogli ou Tarzan, só que muito mais voraz. Como o último kryptoniano, mas nem sempre amigável. Gon já é uma ideia inovadora em sua premissa, e vai ficando mais e mais especial quando conhecemos sua estética.


Em suas poucas páginas em cores, tradição comum ao iniciar mangás, Gon já surpreende em seus detalhes e originalidade. O autor Masashi Tanaka é muito atencioso no cenário e nos animais, tanto em detalhes quanto na construção das páginas. Faz bom uso das páginas duplas e constrói cenas impactantes com elas, mas brilha muito na divisão de quadros tanto no ritmo quanto na impressão de movimento dos personagens.








Gon cavalga em leões, disputa peixes com ursos, pesca com os dentes, brinca em ninho de águia, dorme junto a filhotes, protege seus amigos de hienas, come frutos-do-mar e se diverte com tartarugas, luta com tubarões e causa o caos na floresta só para começar! Em histórias mudas, curtas e muito engraçadas, o dinossauro sem nenhum igual a si no mundo se intromete no assunto de todos os bandos e espécies. Faz amigos, inimigos e às vezes os dois em um. Apronta e perambula fazendo coisas inusitadas por onde passa.






Mas opa! Não é por fazer gracinha que ele deixa de ser um dinossauro. Ataca animais ferozes e animais pacíficos, se aproxima sob circunstâncias específicas e cheias de instinto, mesmo assim ainda tem uma energia muito própria que flutua entre a alegria e a raiva, mas sempre em busca de alguma satisfação. Os personagens que o rodeiam buscam tanto proteção quanto competição, e este ambiente animalesco é muito bem representado nas tramas, sem humanizações excessivas, apenas tentando retratar o mundo animal de forma bem humorada.






Nos quatro volumes lançados no Brasil pela editora NewPop, as histórias do mundo de Gon vão crescendo enquanto ele faz suas jornadas atrás de cogumelos, carne, vingança ou apenas um lugar para dormir. Gon escala montanhas e viaja ao centro da Terra, acompanhado tanto por animais que nos são familiares quanto por famosos pré-históricos gigantescos. Não sei dizer até onde o quadrinho é cientificamente acurado, mas sei que é divertido e interessante, e mesmo sem a pretensão de um retrato da História pré-humana, ele faz muito respeito às espécies animais que retrata. Ao final de cada capítulo há uma arte bem detalhada de cada animal que aparece, com seu nome popular e seu nome científico.


Gon é um mangá extremamente inusitado, já ganhou prêmios de mangá de comédia lá fora, inclusive um Eisner no seu período original de publicação nos anos 90. Arte excepcional, belo uso de rachuras e sombras, muita inventidade, é de deixar de boca aberta a cada cena. Vale a leitura e todos os sentimentos envolvidos!

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