O careca do Campari trouxe à tona uma discussão que tempos procuramos evitar, às vezes pelo fato de que é inútil discutir com criança mal crescida sobre gibi de hominho e às vezes por não querer perder tempo de vida com gente que se transasse seria bem mais feliz.
Fato é que os Red Pills habitam a gibisfera, e não são poucos. Crianças de 30/40/50 anos, normalmente fãs de gibi de herói e seguidores de canais com viés direitista formam o que hoje talvez seja um dos maiores grupos de leitores/colecionadores de quadrinhos no Brasil.
Normalmente são identificados quando são flagrados reclamando do visual da Mulher-Hulk da série da Disney em grupos de Facebook, ou quando dão chilique ao não se conformar até hoje com Jon Kent sendo bissexual. Esse tipo de gatilho é o suficiente para desenjaular a fera do adulto ressentido e com baixíssima confiança.
Esse tipo de leitor movimenta a gibisfera desde sempre. É aquele cara que sente tesão na Mulher-Maravilha e na Viúva-Negra, mas não aceita que elas salvem o dia, afinal são mulheres, e estas, não podem estar acima do Azulão, ou do Capitão.
Esse sujeito toma Campari e não aceita a cerveja da menina (imaginária) na balada. Também não aceita que o Batman é um espancador de pobre e pensa que o Juíz Dredd é um “Homem de Valor”, seja lá o que isso significa exatamente.
O fã de homem musculoso também segue páginas específicas, e você sabe bem quais são!
Esse fã normalmente pode ser o mesmo que saliva ao ver unboxing de Omnibus. Chega ao ponto de comprar alguns, mas nunca lê.
Na mesma medida que esse leitor ama um corpo masculino sarado, ele despreza as mulheres, tem certeza que elas são seres menores, esquecendo que nasceu de uma e esquece também que essa mulher muitas vezes o sustenta.
Esse leitor Red Pill está na Gibisfera e suas convicções são alimentadas por Influencers e até por Editoras. Esses adultos que não crescem, são mimados pelos principais atores do mercado editorial de quadrinhos o tempo todo. Inclusive são convidados para eventos, fazem recebidinhos e dão à luz a novos monstrinhos.
Esse “macho alfa” aparentemente é feroz, mas na maioria das vezes, essa faceta só vale na frente de um celular ou de um computador e trocando ideia com alguém que pensa da mesma forma.
Se você se identifica com algo que está escrito aqui, não se ofenda, apenas cresça!
Muito pertinente essa reflexão. Em tempos de comemorações ao dia da mulher, não dá pra esquecer que existem pessoas assim por aí, alimentando bolhas machistas em vários setores. Não sei se a falta de transa é motivo, mas provavelmente, é uma consequência. Importante e necessário que tragam essas discussões aos seus pares!
Bicho, tu foi certeiro, esse "povo" é o chorume da Gibisfera, onde todos os dias destilando seu ódio contra os quadrinhos, e não aceitam as coisas. Mas muita gente não está preparada para ter essa discussão.